DOURO DOCE ESQUECIDO
Margens calmas, vinho do douro
Javali feroz, lamaçal esquecido
Barro escuro, terra quente
Gemido de dor, vindimas das gentes
Tempestade fria, chuva de pedras
Noites sombrias, telhado de ardósia
Terra escondida, tímido destemido
Sangue entranhas, porco matança
Lebre fugida, sentimento esmagado
A videira que chora com saudades do podador
Vinhas entre escadas de tantos socalcos
Ó douro doce que és tão lindo
Com as tuas vinhas não há sitio mais bonito
Deste nosso amado Portugal
É nas margens calmas do douro
Que as videiras
Dão o tão saboroso vinho do Porto
Os barcos rebelos navegam com sentimento
transportando as pipas de vinho do Porto
Que tanto gostamos de beber
Douro doce como as suas uvas
O rio corre com força
Desejando ferozmente o mar
O rio Douro é uma poesia
As suas águas lavam a alma a quem o ama
― Isabel Morais Ribeiro Fonseca