PORTUGAL
Ó Portugal
Os lobos são muitos
Os lúcidos são poucos
Ninguém sabe o que quer
Ninguém conhece que alma tem
Tudo é incerto, nada é verdadeiro
Tudo é disperso, nada é inteiro
Nada é certo, tudo é imperfeito
Hoje és nevoeiro, tempestade, vento
Meu amigo, sem alma ,sem amor
Sem rei, nem lei, sem brilho, sem luz
Dos palácios comidos de mofo, escuros
Vazios, vagueiam as almas, sem paz
Como os mendigos esfomeados e sujos
Como o silêncio hostil da saudade
Arder de frio, morto em cinzas
Ó Portugal meu amigo, meu irmão
Os lobos são muitos, os lúcidos são poucos.!
MUROS FECHADOS
Muros fechados de olhos tapados
Coração aberto na alma esquecida
Educação, trabalho num corpo trancado
Ardem as sementes, rasgam-se as estrelas
Espigas douradas de papoilas ao vento
Versos dolorosos em sentimentos mutilados
Flores da alma morrem secas no silêncio
Sorrisos no peito florescem de paixão
Poemas sentidos que morrem de fome
Cerca-me o frio na serra chuvosa
Escuridão a atormentar-me de tanto nevoeiro
Amor vivido com as letras roucas do meu nome
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